FORA DE HORAS

 


 
Não terminavam as frases, ríam, as palavras ficavam comidas pelos lábios que se abríam em gargalhadas baixas mas francas, a boca escondida pela mão que encobre devaneios de quem explora a vida no instante sem rumo, o gozo do momento na felicidade sentida já, partilhavam sentires, gostos, a bebida comum pedida várias vezes a acompanhar tempo sem relógio. Dedicavam-se a conquistar sem compromisso, degustavam-se na companhia um do outro, ofereciam aperitivos no verbo simples, feliz, sem barreiras, saboreavam-se a ser homem e mulher.