COMENSAIS DO SILÊNCIO

 

 
Nem tudo o que se leva à boca nutre. Nem tudo o que é da boca alimenta. Um dia hão-de haver palavras sem sons que farão uma boa mesa, farta, a mais com conviva que chegue de surpresa ou que parta sem que se azede o pitéu que reste, uma terrina de verbo que console o olhar enquanto sorvido na colherada calma e sorridente, entrecortada por silêncios respirados no respeito de quem sabe o que come, aprecia e deseja a próxima refeição saborosa em tão boa companhia.
 
 

ENTREMEIOS DA SAUDADE

 

 
Do vermelho amadurecido pelo rei amarelecem agora as saudades no dourado da nostalgia. Não passou tudo, não chegou tudo, um limbo de ajuste às papilas que se esfregam num céu de boca a recordar palatos queridos e aconchegados às estórias.
 
...Isto faz-me lembrar o que eu  tanto gostava de...