COMENSAIS DO SILÊNCIO

 

 
Nem tudo o que se leva à boca nutre. Nem tudo o que é da boca alimenta. Um dia hão-de haver palavras sem sons que farão uma boa mesa, farta, a mais com conviva que chegue de surpresa ou que parta sem que se azede o pitéu que reste, uma terrina de verbo que console o olhar enquanto sorvido na colherada calma e sorridente, entrecortada por silêncios respirados no respeito de quem sabe o que come, aprecia e deseja a próxima refeição saborosa em tão boa companhia.
 
 

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